Fotos fantásticas obtidas no
siteO
Ericsson4, comandado pelo brasileiro multi-medalhista olímpico Torben Grael vence mais uma etapa da Volvo Ocean Race. O Ericsson4 venceu 5 das 8 pernas disputadas ate agora.
Torben -
“Ha sido una etapa muy dura, muy difícil, pero aunque ha sido tan dura, todo el mundo estaba de buen humor. Esto es un paso muy importante hacia nuestro objetivo final” (foi uma etapa muito dura, muito difícil, mas ainda que tenha sido tão dura, todo mundo estava de bom humor. Esse é um passo muito importante para o nosso objetivo final).
Os barcos chegaram nessa madrugada ao porto de Marstrand, na Suécia, vindos do porto de Galway, na Irlanda, terminando a perna 8 da Volvo Ocean Race. Foram menos de 4 dias de regata que valeram por séculos, tantas foram as condições extremamente difíceis por que passaram os barcos.
Aconteceu de tudo. Fortes correntes marítimas contra, sem vento, que levavam os barcos para trás, em vez de seguirem em frente. Ventos fortíssimos mudando de posição a cada minuto associados ao mar engrossado por ondas muito curtas e afiadas, que variavam em todos as direções. Até trânsito intenso eles encontraram no caminho: congestionamento de embarcações a motor de mercadores locais, na sua labuta diária. Algo assim como carros de fórmula 1 disputando uma prova nas ruas do Rio em dia normal de trabalho na cidade.
Rick Deppe do Puma:
"El barco está cabeceando de ola a ola y de vez en cuando viene una que te hace tiritar los dientes. Ahora mismo tengo un dolor de cabeza constante del cabeceo…" (o barco está cabeceando de onda em onda e de vez em quando vem uma que faz tiritar os dentes. Agora mesmo tenho uma dor de cabeça constante por causa desse cabeceio).
Pelos relatos, a seguir, de tripulantes de todos os barcos, meus Ilustres Visitantes podem imaginar o que tenha sucedido. Não se esqueçam que esses tripulantes são homens super acostumados a velejar pelos mares do mundo e a grande maioria deles têm, em casa, medalhas de ouro em Olimpíadas e Copas do Mundo.
David Endean do Ericsson 4 -
“Nadie ha dormido en las ultimas 36 hora, pienso en las ultimas 24 horas parece una semana” (ninguém dormiu nas ultimas 36 horas, penso que as ultimas 24 horas parecem uma semana).
Sander Pluijm, do Delta Lloyd: “No hemos podido dormir, por culpa de los cambios de vela y las constantes maniobras” (não temos podido dormir por culpa das mudanças de vela e das constantes manobras).
Guy Salter, do Ericsson 4:
“Creo que he visto menos viradas en las más feroces regatas de match race. Descansar ha sido imposible.” (Acho que tenho visto menos viradas de vento nas mais ferozes regatas de competição. Descansar tem sido impossível).
Horácio Carabelli do Ericsonn 4:
"Es duro, porque con cada virada tenemos que pasar casi una tonelada de provisiones y velas de banda a banda del barco.” (é duro, porque a cada virada de vento temos que passar quase 1 tonelada de provisões e velas de um lado para outro do barco).
Fernando Echávarri, comandante estrategista do Telefônica Black -
“las corrientes han sido brutales, (...) nunca había visto tanta corriente”, (as correntes marítimas tem sido brutais, ... nunca havia visto tanta corrente).
Gabriele Olivo do Telefónica Azul:
”Hoy hemos pasado del infierno al cielo directamente, en cuestión de unas horas y sólo de pensar lo que ha pasado hoy me da dolor de cabeza. Seguramente hoy hay alguien sufriendo terriblemente pensando que esto no es una regata, es un castigo divino. Pero como nunca antes. En esta etapa, las condiciones han cambiado tan rápidamente y tan fuera de control que tenemos que estar calmados hasta que crucemos la línea de llegada. Otras 24 horas de locura hasta el final”. (hoje passamos do inferno para o céu diretamente em questão de algumas horas e só de pensar no que passamos a cabeça me dói. Certamente hoje há alguém sofrendo terrivelmente pensando que esta não é uma regata, é um castigo divino. Mas, como nunca antes. Nesta etapa, as condições mudaram tão rapidamente e tão fora de controle, que temos que estar muito calmos até que cruzemos a linha de chegada. Outras 24 horas de loucura até o final).
Gustav Morin, do Ericsson 3:
”Hemos tenido vientos de hasta 43 nudos y olas que han hecho que el barco despegue a más de 30 nudos y se sumerja en la siguiente pared de agua con una fuerza poderosa.” (temos tido ventos de cerca de 43 nós – mais de 79 km/hora - e ondas que têm feito que o barco decole a mais de 30 nós e submerja na parede seguinte de água com uma força poderosa).
Bouwe Bekking, skipper (comandante estrategista) do Telefônica Blue:
“En una de las rachas hemos tenido 40 nudos y mientras nos agarrábamos a la vida estábamos más debajo del agua que arriba” (Em um dos acessos tivemos 40 nós – cerca de 74 km/hora - e nos agarrávamos à vida mais embaixo d´água do que acima) -
Rick Deppe, do Puma:
“en el estrecho de Dover el tráfico de mercantes comienza a crecer de manera alarmante, esta misma mañana tuvimos que dar una arribada dramática con un par de mercante. El gran problema es que en el barco nosotros podemos modificar el rumbo de manera apropiada para evitarlos sin demasiados problemas, pero ellos siempre parecen llevar la razón hasta el final y en ese momento alteran el rumbo. Normalmente eso hace que nosotros tengamos que alterar el rumbo de manera violenta para nos quedarnos desventados durante minutos. Es que nos quedan aún 24 o 30 horas así. Probablemente el mayor peligro aquí en la zona del mundo de mayor tránsito de mercantes sea sortear los barcos. El tamaño del tráfico marítimo es impresionante. Si ellos representan un peligro para nosotros, debemos ser para ellos un inconveniente también, con nuestro aleatorio cambio de rumbo sin motivo aparente y estoy seguro de que ellos deben estar preguntándose cómo un barco de vela puede ir tan rápido.” (no estreito de Dover o tráfego de mercadores começa a crescer de maneira alarmante, essa manhã tivemos que fazer um dramático desvio de um par de marcadores. O grande problema é que podemos mudar o rumo de maneira apropriada para evitá-los sem maiores problemas, porem eles sempre parecem querer ter razão até o final e nesse momento alteram o rumo. Normalmente isso faz com que tenhamos que alterar o nosso rumo de forma violenta para que fiquemos sem vento durante alguns minutos. Vamos passar ainda umas 24 ou 30 horas assim. Provavelmente o maior perigo aqui, na zona de maior trânsito de mercadores do mundo, seja perder os barcos. O tamanho do tráfego marítimo é impressionante. Se eles representam um perigo para nós, devemos ser para eles um inconveniente também com a nossa aleatória mudança de rumo sem motivo aparente e estou certo de eles devem estar se perguntando como um barco a vela pode ser tão rápido.
Joao Signorini, outro brasileiro a bordo do Ericsson 4 –
“El cansancio ya se fue; hace días que no dormimos y a bordo estamos con mucho trabajo y mucha maniobra, ahora solo queremos llegar.” (o cansaço já se foi; faz dias que não dormimos e a bordo estamos com muito trabalho e muita manobra, agora só que queremos chegar).
O Fantástico espírito de solidariedade dos adversários
Rick Deppe, do Puma referindo-se aos problemas que o Ericsson4 teve na passagem pelo estreito de Dover:
"Leemos en lo que nos mandan que han perdido una de las ruedas del timón en una trasluchada que se fueron de orzada en la costa irlandesa. Desafortunadamente tenemos algo de experiencia en lo que es navegar con sólo una rueda del timón en Il Mostro, así que sabemos que no es fácil y será especialmente difícil para ellos con todas las viradas… quizás lo han arreglado… quizás tengan una de repuesto para cambiarla." (lemos no que nos enviam que eles - Ericsson4 - perderam uma das rodas do timão -roda de leme, que dá a direção ao veleiro - numa tentativa de orçar ao largo da costa irlandesa. Infelizmente no Il Mostro -(nome do barco, O Monstro, em italiano - temos alguma experiência em navegar só com uma roda do timão, assim sabemos que isso não é facil e que será especialmente dificil para eles em todas as viradas de vento. Esperamos que tenham trazido uma reserva para colocar).