imperfeito

terça-feira, julho 22, 2008

Forte de Copacabana num dia especialmente lindo

De volta ao Rio, me deu saudade do Forte de Copacabana. Como não chove faz tempo e havia ventado forte pela manhã, a atmosfera e o mar estavam limpíssimos (em Copa, sim, em Ipanema e Leblon, nem tanto). Ao entrar no Forte (que fica no final de praia de Copacabana) me lembrei que, ao lado, havia sido o meu primeiro emprego. Trabalhei numa firma de engenharia, como desenhista e encarregado de obra (sim, eu fui um dia encarregado de uma obra). A obra era a construção do Centro do Salvamar - de recuperação de afogados - e ficava colada ao Forte de Copacabana e ao Clube Marimbás, um clube dedicado às coisas do mar.

Fiquei nesse local só 3 meses, por todo o verão, quando tinha 18 anos, acho. Chegava na obra às 6, 30 hs, checava o planejamento para o dia, distribuia as tarefas e ficava de bobeira. Os salva-vidas saiam todos os dias para fazer pesca submarina. E não resisti. Cada dia, depois de distribuir todas as tarefas, verificar se estava tudo em ordem, saia com eles para o mar. Às vezes íamos de barco para as
Ilhas Cagarras. Outras vezes contornavamos o costão pelas pedras e faziamos o mergulho por lá mesmo, no costão e nas lages. Naquela época os peixes eram abundantes. E eram peixes nobres como o badejo, linguado, pargo... Cada dia era uma festa, horas e horas mergulhando no costão, nas lages ou nas Cagarras.

Algumas estórias merecem ser contadas. Uma vez pegamos um cação martelo nas Cagarras e levamos umas 2 hs para embarcar o bicho, que era bem grande. Na praia foi um dia inteiro de fotos. Depois ele foi retalhado e dividido entre os salva-vidas e os pescadores da Colonia, que funciona até hoje por ali. Outra vez, mergulhávamos no costão e bem na ponta encontramos uma raia jamanta, negra, enorme, linda, linda, calmamente estacionada sobre uma das pedras, tranquilíssima. Passamos por perto, curtimos de monte aquela maravilha e respeitamos o seu sossego. Foi assim que aprendi a mergulhar com snorkel e com garrafa e a fazer pesca submarina.

Tenho muitas outras estórias. Ao lado do Forte e do Centro do Salvamar ficava, e ainda fica, o Clube Marimbás, que sempre foi frequentado pelos amantes das coisas do mar. O Rio tinha excelentes mergulhadores, campeões mundiais, que frequentavam o Marimbás. Convivi com eles naqueles meses e em muitas outras ocasiões, porque continuei mergulhando ainda por muito tempo.

Fiquei só 3 meses por lá, me removeram para um escritório no centro da cidade. Realmente não dava certo um garoto feliz com aquele marzão todo pela frente.

Me lembrei disso tudo e tirei algumas fotos do Forte e desse costão que faz parte da minha vida.


Delicia almoçar de frente para esse mar...


O costão de muitas aventuras...


Praia do Diabo e ponta do Arpoador, vistas do Forte...
Aquela espuma no meio da foto é de uma das lages...
Pão de Açucar visto do Forte...

1 Comments:

  • Realmente, essas suas fotos ficaram divinas! Mais divinas do que elas só mesmo as lembranças narradas em seu texto. Acho que vou aproveitar meus últimos dias de folga para visitar o forte. Aproveito e sugiro uma visita à Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói; lugar deslumbrante, que você certamente irá adorar.

    Um abraço e linda semana!

    By Blogger Andréa Motta - Conversa de Português, at 12:56 AM  

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